Pix parcelado chega aos bancos em duas modalidades; saiba como usar

Opção pode ser contratada como crédito em conta ou no cartão. Taxas variam de acordo com o perfil do cliente e exigem atenção do consumidor.

O Banco Central deve regulamentar o Pix parcelado ainda em setembro de 2025. A modalidade, que já está disponível em ao menos dez instituições financeiras do país, funciona como uma forma de crédito embutido no sistema de pagamentos instantâneos. A expectativa é que a padronização traga mais segurança e clareza para consumidores e empresas, diante das diferentes condições praticadas atualmente.

O Pix parcelado permite que o cliente divida o valor de uma compra em prestações, com cobrança de juros. Hoje, existem duas formas principais: o empréstimo pessoal, com parcelas debitadas diretamente na conta do consumidor, e o parcelamento via cartão de crédito, em que os valores são incluídos na fatura mensal.

Desde seu lançamento, em novembro de 2020, o Pix se consolidou como o meio de pagamento mais popular do país. Entre o início da operação e o fechamento do primeiro semestre de 2025, foram movimentados R$ 76,2 trilhões, em 176,4 bilhões de transações.

A média por operação no período foi de R$ 1.362. O recorde de movimentações ocorreu em 6 de junho de 2025, quando foram registradas 276,7 milhões de transações em um único dia, somando R$ 135,6 bilhões. Esses números reforçam o peso do sistema e explicam o interesse das instituições financeiras em expandir seus serviços com o Pix parcelado.

Como funciona o Pix parcelado

O funcionamento varia conforme a instituição financeira:

·         Pix parcelado com débito em conta: o consumidor contrata um empréstimo pessoal, paga juros e quita as parcelas diretamente em sua conta. O lojista recebe o valor integral da transação à vista.

·         Pix parcelado no cartão de crédito: o cliente paga a compra à vista para o recebedor, mas o valor é dividido em parcelas incluídas na fatura do cartão. Inicialmente, pode não haver juros, mas taxas adicionais e cobrança de IOF podem ser aplicadas. Em caso de atraso, incidem os juros do cartão, que estão entre os mais altos do mercado.

A contratação pode ser feita no aplicativo do banco, no momento do pagamento por QR Code, chave Pix ou transferência. No entanto, nem todos os clientes têm acesso à opção, que depende da análise de crédito, renda e histórico de relacionamento com a instituição.

Taxas de juros e condições

Os bancos informam que os juros do Pix parcelado variam de acordo com o perfil do cliente. As taxas vão de 1,59% a 9,99% ao mês, podendo ser superiores ou inferiores conforme a análise individual.

Especialistas em direito bancário e educação financeira ressaltam que o Pix parcelado deve ser tratado como um empréstimo. Ou seja, o consumidor assume uma dívida, com custos que podem tornar a operação mais cara do que outras modalidades de crédito.

As instituições financeiras, representadas pela Febraban (Federação Brasileira de Bancos), esclarecem que não serão obrigadas a oferecer a modalidade logo após a regulamentação do Banco Central. Algumas devem lançar o produto de imediato, enquanto outras poderão disponibilizá-lo gradualmente.

Riscos e cuidados para o consumidor

A adoção do Pix parcelado amplia as opções de crédito, mas também exige atenção. Como em qualquer empréstimo, há cobrança de juros, e os custos finais podem superar os de alternativas como o parcelamento no cartão de crédito ou o crédito consignado.

Educadores financeiros alertam para o risco de endividamento, já que a praticidade pode estimular decisões por impulso. Muitas vezes, lojas oferecem descontos de 5% a 10% para pagamentos à vista via Pix. Se o consumidor optar pelo parcelamento com juros, esse benefício pode se perder.

Outro ponto de atenção é a falta de uniformidade nas taxas e condições. Cada instituição adota políticas próprias, o que pode dificultar a comparação entre opções. A regulamentação do Banco Central busca reduzir essas diferenças e aumentar a transparência.

Impactos para consumidores sem cartão de crédito

Um dos principais efeitos esperados é a ampliação do acesso ao crédito para brasileiros que não possuem cartão. Estima-se que mais de 60 milhões de pessoas possam se beneficiar do Pix parcelado, utilizando-o como alternativa em compras parceladas.

Ao incluir consumidores sem cartão de crédito, o produto também pode impulsionar o comércio, ampliando as vendas em diferentes setores. A expectativa é de que pequenos e médios lojistas, em especial, ganhem com a possibilidade de oferecer mais opções de pagamento.

O Pix parcelado deve ser comparado com outras formas de financiamento antes de ser contratado. O crédito consignado, por exemplo, costuma ter as menores taxas do mercado. Em seguida, aparecem o empréstimo pessoal tradicional, o parcelamento no cartão de crédito e, por último, modalidades mais onerosas como o cheque especial e o rotativo do cartão.

Para consumidores com disciplina no uso do cartão, o parcelamento direto na fatura pode ser mais vantajoso do que o Pix parcelado. No entanto, para quem não tem acesso ao cartão ou não consegue manter pagamentos em dia, a nova modalidade pode representar uma alternativa.

O que esperar da regulamentação

A regulamentação do Banco Central deverá padronizar regras, criar parâmetros para cobrança de juros e aumentar a transparência na oferta do Pix parcelado. A expectativa é de que consumidores consigam comparar com mais clareza as condições entre instituições financeiras.

Ainda assim, a decisão de contratar o Pix parcelado deve ser planejada. É fundamental analisar taxas, simular valores, avaliar descontos em pagamentos à vista e considerar outras alternativas de crédito.

Relevância do Pix parcelado para a contabilidade

A regulamentação do Pix parcelado também impacta a rotina dos profissionais da contabilidade. Empresas precisarão ajustar controles de fluxo de caixa, já que a nova modalidade altera prazos de recebimento e pode gerar diferenças na conciliação bancária.

Os contadores terão papel estratégico ao orientar clientes sobre os custos efetivos do parcelamento via Pix, comparando-o com alternativas como crédito consignado, empréstimo pessoal e parcelamento no cartão. Além disso, será essencial incluir essas operações no planejamento financeiro e tributário, evitando riscos de endividamento ou descasamento de receitas e despesas.

Orientações práticas antes de contratar o Pix parcelado

·         Trate a operação como um empréstimo com juros;

·         Compare as taxas do Pix parcelado com as de outras modalidades disponíveis;

·         Avalie se o desconto oferecido no pagamento à vista realmente compensa frente ao parcelamento;

·         Evite agir por impulso no momento da compra;

·         Considere o crédito consignado, caso esteja disponível, por ter juros menores;

·         Busque informações claras e planejamento financeiro antes de aderir.

O Pix parcelado já está disponível em vários bancos e deve ganhar novo impulso com a regulamentação do Banco Central. A medida promete ampliar o acesso ao crédito e beneficiar milhões de consumidores, especialmente os que não possuem cartão de crédito.

Por outro lado, trata-se de um empréstimo com juros, que exige atenção para não comprometer o orçamento. Com regras mais claras e padronizadas, a expectativa é de que o mercado ofereça mais transparência e segurança, tanto para consumidores quanto para empresas.

MEIs ganham incentivos com créditos facilitados e novos benefícios fiscais Novas oportunidades para MEIs com linhas de crédito e benefícios

Governo lança programas de incentivo para microempreendedores individuais, incluindo renegociação de dívidas, crédito acessível e estímulo ao empreendedorismo em áreas vulneráveis.

O governo federal anunciou uma série de iniciativas para facilitar o acesso ao crédito e oferecer benefícios fiscais aos Microempreendedores Individuais (MEIs). As medidas visam apoiar pequenos empreendedores, ampliando possibilidades de renegociação de dívidas, concessão de empréstimos e acesso a programas específicos voltados ao fortalecimento dos negócios.

Linhas de crédito para MEIs

Entre as iniciativas anunciadas, destaca-se o programa Procred 360, que oferece empréstimos a MEIs e microempresas com faturamento anual de até R$ 360 mil. O programa conta com taxas de juros competitivas, calculadas em Selic + 5% ao ano, e prazos de pagamento mais longos. Além disso, o Fundo Garantidor de Operações (FGO) está disponível para reduzir riscos e facilitar a concessão de crédito.

Incentivo ao empreendedorismo

O programa Acredita no Primeiro Passo foi lançado para incentivar o empreendedorismo em regiões de alta vulnerabilidade social. Voltado a grupos como mulheres, jovens, pessoas negras e portadores de deficiência, o programa oferece microcrédito produtivo como forma de estimular a geração de renda e a inclusão no mercado.

Financiamento de projetos sustentáveis

O programa Eco Invest Brasil tem como objetivo atrair investimentos externos para projetos voltados à transição energética e à bioeconomia. Esse programa também inclui linhas de crédito para a aquisição de veículos por taxistas, promovendo a renovação de frotas e a sustentabilidade ambiental.

Ampliação de programas existentes

O Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Pronampe) foi expandido para oferecer condições mais vantajosas. Entre as mudanças estão prazos de pagamento maiores e períodos de carência mais amplos, proporcionando maior segurança financeira aos pequenos empreendedores.

Benefícios fiscais para estimular o setor

As iniciativas também incluem benefícios fiscais para instituições financeiras que colaborarem com a reestruturação de dívidas de MEIs e microempresas. Esses incentivos visam estimular a oferta de crédito e a regularização de pendências financeiras, contribuindo para a recuperação econômica dos pequenos negócios.

Impacto das medidas

Com acesso ampliado ao crédito, renegociação de dívidas e programas específicos, os microempreendedores terão condições mais adequadas para expandir suas atividades e contribuir para o crescimento econômico do país.

Os interessados podem buscar informações detalhadas sobre cada programa nos canais oficiais do governo e nas instituições financeiras participantes.